Quando meu irmão foi morar definitivamente no Rio ele sofreu pra achar uma casa. Ele tinha ido, a princípio, só por alguns meses e estava morando num flat. O amor pela cidade o fez arrumar um emprego por lá mesmo, então precisava mudar. Como ele não estava dando sorte nas primeiras tentativas e o prazo estava estreitíssimo, eu fui pra lá ajuda-lo.
Passamos um final de semana olhando apartamentos sem cozinha, kitchenettes com vista pro morro, espeluncas em geral. Tudo a peso de ouro, claro. Foi um sufoco, mas finalmente encontramos um apartamentinho ótimo no Flamengo. A velhinha que morava lá tinha mudado pro andar de cima. E deixou o apêzinho mobiliado. Todo pintado de rosa. Com uma geladeira verde-giz modelo arredondado e um filtro de cerâmica em forma de cogumelo. Mas essa é uma história pra contar outra hora.
A Fê, minha prima também passou um sufoco pra arranjar uma casinha. No mesmo Rio de Janeiro. Ela levou mais de um ano (sim, um ano!) pra achar um lugar bacana. Finalmente achou um cantinho liiiiindo em Santa Tereza, vista do por do sol e tudo. Mais um caramujinho feliz.
Mas não é só no Rio que o negócio é difícil, não. Lembro que o Giacca levou meses e meses até se acertar entre os índios de Moema. Naninha e Lavi, grávidos na época, não acharam nada de bom em tempo e decidiram esperar o Fernando nascer, crescer, e ter idade suficiente pra dar uma força com os corretores de imóveis. Minha mãe e eu procuramos bastante um cantinho pra ela. Nada que fosse bom E affordable. Nadica de nada. Então, ela continua de frente pro mar até segunda ordem.
Eu mesma, há alguns meses, venho olhando imóveis pra comprar em São Paulo. Estou na dúvida se devo continuar morando no meu atual apartamento. Mas não tem muita coisa boa nos bairros que eu gostaria e quando tem é tudo muuuuito caro. Então o plano de achar uma casa nova pra mim foi adiado indefinidamente.
Muitas histórias, muitas dificuldades... Mas nada, nada, nada, nada se compara ao que estou passando agora. A Kenny, filha da Bel que trabalha comigo, pediu uma Casa da Barbie de natal. Faz semanas que eu estou atrás disso. On line e off line. Not a chance. Esgotado. Esgotado. Indisponível. Nem o Papai Noel himself consegue achar essa casinha. Não tem corretor de Tokio, Nova York ou Rio de Janeiro que me ajude a resolver esse problema.
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
pela razão e pela emoção.
a campanha da DOVE pela real beleza trouxe um pouco de frescor para a máxima ultrapassada de qua as pessoas almejam ser vencedores perfeitos e infalíveis. pra vender a gente tem que saber o que é que as pessoas estão querendo comprar. eles se ligaram que a grande maioria dos consumidores ficava um pouco intimidada ao se deparar com a imagem de pessoas perfeitas e photoshopadas. hoje em dia os valores mudaram! então decidiram mostrar garotas entre aspas normais em seus filmes e fotos, para que as clientes pudessem se identificar com um ideal de beleza menos inatingível. e assim vissem a marca dove como mais real, sabe. mais gente como a gente. além de mais bacana, mais em sintonia com a auto-estima das meninas, mais moderna, mais milênio, mais ego-friendly.
claro que a princípio alguns puristas torceram o nariz ao ver uma menina mais rechonchuda pulando de biquini na tv. alguns caçoaram do cabelo tonhonhóin de uma, do narigão da outra. mas no fim todo mundo entendeu que o conceito era mais amplo. mais profundo.
segura essa idéia aí e corta pra outro assunto:
uns dias atrás fui fazer uns exames que minha médica pediu. nada sério. só rotina de glicemia, colesterol e tal. dois tubinhos de sangue. eles viram qualquer problema com a minha carteirinha do seguro médico e eu não poderia fazer o exame naquele dia. pra não perder os 3 dias sem beber e as 12 horas de jejum resolvi pagar pelo exame. quer dizer... resolvi saber o preço. frente a resposta de um valor exorbitante resolvi botar o rabinho entre as pernas e deixar pra lá. quer saber? jejum é bom. emagrece.
mas confesso que fiquei meio indignada. fiquei pensando que a gente paga uma fortuna pelo piso de mármore, pelo sorriso do médico e pelo paisagismo do jardim. porque não era possível ser tão caro botar o diabo do sangue no tubo, sacudir e olhar no microscópio. só podia ser isso. uma inversão de valores. aceitamos que seja elevado a milésima potência o valor agregado do estilo de vida pago- uma- fortuna- despropositada, mas- tenho- conforto- para- minha- família, que- é- o- que- importa.
todo mundo sabe que o que é bacana nos dias de hoje é dar glamour com um toque de o-que-realmente- importa-na-vida até mesmo pra quem vai fazer exame de fezes. o que importa é ser exclusivo, ter um atendimento de qualidade internacional, mas que ao mesmo tempo seja carinhoso e personalizado. que nem na família da gente (se a família da gente fosse feita de gente linda, solícita e sorridente). o que importa é que guardaremos o seu cocô em potinhos de nano-cristal feitos um a um pelos velhinhos do tibet. vai ficar na geladeira junto com as geléias da vovó. teremos engenheiros da nasa para analisar sua amostra. mas o mais importante é que amamos você. sacou?
só que outro dia eu passei na frente de uma unidade desse laboratório em um bairro bacana de são paulo e fiquei na dúvida sobre a mensagem que eles estão tentando passar. acho que deve ser uma coisa mais profunda, que nem a beleza real da dove. eles estão propondo uma mudança de paradigma. deve ser isso. eles decidiram passar a mensagem de que todo o dinheiro que a gente paga não vai ser gasto com futilidades estéticas, mas sim para desenvolver o que importa: a sensação de estar em casa e as tecnologias mais e mais avançadas no mundo das análises clínicas. a qualidade técnica aliada à sensação gratificante de enfeitar a casa com algo que foi feito pelo seu filho de 4 anos.
essa foi a única explicação que eu encontrei para o fato de eles usarem a decoração de natal mais feia do mundo. só pode ser isso.
claro que a princípio alguns puristas torceram o nariz ao ver uma menina mais rechonchuda pulando de biquini na tv. alguns caçoaram do cabelo tonhonhóin de uma, do narigão da outra. mas no fim todo mundo entendeu que o conceito era mais amplo. mais profundo.
segura essa idéia aí e corta pra outro assunto:
uns dias atrás fui fazer uns exames que minha médica pediu. nada sério. só rotina de glicemia, colesterol e tal. dois tubinhos de sangue. eles viram qualquer problema com a minha carteirinha do seguro médico e eu não poderia fazer o exame naquele dia. pra não perder os 3 dias sem beber e as 12 horas de jejum resolvi pagar pelo exame. quer dizer... resolvi saber o preço. frente a resposta de um valor exorbitante resolvi botar o rabinho entre as pernas e deixar pra lá. quer saber? jejum é bom. emagrece.
mas confesso que fiquei meio indignada. fiquei pensando que a gente paga uma fortuna pelo piso de mármore, pelo sorriso do médico e pelo paisagismo do jardim. porque não era possível ser tão caro botar o diabo do sangue no tubo, sacudir e olhar no microscópio. só podia ser isso. uma inversão de valores. aceitamos que seja elevado a milésima potência o valor agregado do estilo de vida pago- uma- fortuna- despropositada, mas- tenho- conforto- para- minha- família, que- é- o- que- importa.
todo mundo sabe que o que é bacana nos dias de hoje é dar glamour com um toque de o-que-realmente- importa-na-vida até mesmo pra quem vai fazer exame de fezes. o que importa é ser exclusivo, ter um atendimento de qualidade internacional, mas que ao mesmo tempo seja carinhoso e personalizado. que nem na família da gente (se a família da gente fosse feita de gente linda, solícita e sorridente). o que importa é que guardaremos o seu cocô em potinhos de nano-cristal feitos um a um pelos velhinhos do tibet. vai ficar na geladeira junto com as geléias da vovó. teremos engenheiros da nasa para analisar sua amostra. mas o mais importante é que amamos você. sacou?
só que outro dia eu passei na frente de uma unidade desse laboratório em um bairro bacana de são paulo e fiquei na dúvida sobre a mensagem que eles estão tentando passar. acho que deve ser uma coisa mais profunda, que nem a beleza real da dove. eles estão propondo uma mudança de paradigma. deve ser isso. eles decidiram passar a mensagem de que todo o dinheiro que a gente paga não vai ser gasto com futilidades estéticas, mas sim para desenvolver o que importa: a sensação de estar em casa e as tecnologias mais e mais avançadas no mundo das análises clínicas. a qualidade técnica aliada à sensação gratificante de enfeitar a casa com algo que foi feito pelo seu filho de 4 anos.
essa foi a única explicação que eu encontrei para o fato de eles usarem a decoração de natal mais feia do mundo. só pode ser isso.

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