O Serginho é pai da minha amigona, a Legas. Ele é um cara bacana, desse estilo que sempre se matou de trabalhar, construiu uma vida boa e aprendeu a priorizar o que gosta: johny walker, viagem, mulher bonita, jogo de tenis, comida bem feita, bate papo em volta da mesa... e café.
Aí é que está o que eu quero contar. Quando a gente sai pra jantar com ele, a hora do café é uma diversão à parte (menos pros familiares, que já estão traumatizados). O Serginho gosta de café expresso curto. Forte e aromático. Tirado da máquina da forma correta. Com uma cremosidade xis. Servido bem quente, mas não fervendo.
Posto isso, você já imagina o quão difícil é o garçom trazer uma xicrinha vencedora.
Caras constrangidas vão e voltam do balcão do expresso várias vezes. Caras furiosas. Caras de desdém. Caras de choro até. A parte mais legal começa na hora que aquilo vira questão de honra. O garçon não vai desistir enquanto não ouvir um elogio. E o Serginho não vai baixar seu grau de exigência. E a xicrinha vem e vai. Vem e vai.
No momento em que todos estão quase perdendo a esperança pode acontecer uma de duas coisas:
1- o Serginho vai até o balcão e pede licença pra ensinar ao rapaz como se tira um bom café. Ele vai dando as instruções e o pobre vai seguindo: bate aqui, gira ali, espera, vapor, rufar de tambores: Ahhhh agora sim, ele diz. O garçon respira aliviado, o rapaz do café baixa a guarda, sorri orgulhoso de si mesmo e fica melhores amigos com o Serginho.
ou 2- antes do Serginho se levantar chega um café do jeitinho! Oooo Campeão! Agora sim! Isso é que é café. Tá tão bom que eu até vou querer mais um. Igualzinho!
E neste caso, voltamos à fase do ponto de honra ou da desesperança. E assim vamos no que seria um looping recursivo infinito se não fosse interrompido pela mulher ou um dos filhos, que sugerem irmos embora, em compungente tom de súplica.
E lá se vai a comitiva pedir o carro ao manobrista. E o Serginho vai se embalando pra cair na cama, fazendo cafuné na própria cabeça. Satisfeito como ele só!
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Eu gosto do Serginho. Às vezes não tem nada a ver, mas tem horas que ele me lembra o Zé, meu pai. Principalmente no tempo que o Zé resolveu ser fiscal do Funaro. Saudade.
posso mostrar pra ele??????
ResponderExcluirAmei.... eu tenho saudade do Zé!!!!
hahhahahaha! pode sim! claro, zeca.
ResponderExcluirmas sera' que ele nao vai ficar bravo?
e se ele me pedir pra tirar um cafezinho pra ele?
Ia não sei se quando eramos mais "novas" eu cheguei a te falar, se sim vou repetir e não aí vai:
ResponderExcluirEu quero que você saiba que sempre te admirei e acho a maneira que você escreve incrível, nunca pare de escrever e nem fique tão longe de amigos que te amam tanto.
Bjs
Inês
Hahaha, eu sei bem como é...
ResponderExcluirSagel: Tertulia.
;)